O comediante Beppe Grillo, líder do Movimento Cinco Estrelas, que ficou em terceiro lugar nas eleições parlamentares na Itália, disse nesta quarta-feira que o vencedor da disputa, Pier Luigi Bersani, da coalizão de centro esquerda, é um “morto que fala”. Ele disse que não confia em Bersani e seu partido não vai se aliar com ninguém para formar um governo de coalizão.
Segundo Grillo o Partido Democrático (PD), de Bersani, tem feito “propostas indecentes” para ele, apesar de já tê-lo chamado de “fascista” e coisas piores antes. Mesmo assim, sua insistência em não formar uma coalizão não significa que Bersani não será capaz de forma um governo com seu e indireto.
Analistas lembraram que uma regra obscura do Senado permitiria que parlamentares do Movimento Cinco Estrelas permanecessem fora do Parlamento durante o voto de confiança, permitindo a instalação do governo. Grillo disse que está interessado no e a propostas legislativas avaliadas caso a caso, o que permitiria a convergência em alguns pontos.
Ainda assim, o próprio Grillo não tem mandato e os que foram eleitos pela sua legenda podem agir por iniciativa própria. Como os 163 parlamentares são todos novos no cargo, e com média de idade de 32 anos, a disciplina partidária não apensas é desconhecida como ainda não foi testada.
“Grillo decidiu tudo durante a campanha eleitoral, mas os que foram eleitos decidirão por conta própria”, afirmou a porta-voz do Movimento Cinco Estrela, Valentina Zafarna, eleita para a assembleia regional, na qual o partido de Grillo formou aliança com o governo.
“Se houver convergência no programa, posso votar a favor do governo de Bersani”, afirmou a senadora Serenella Fuksia, nova eleita pelo Movimento Cinco Estrelas. “Não estamos no Parlamento para perder tempo”, acrescentou.
Grillo disse que pretende conversar com o presidente Giorgio Napolitano, sinalizando ser improvável um acordo formal nos próximos dias.
Após as eleições na Itália, o chefe de Estado se encontrou com líderes de vários partidos para saber de suas intenções e decidir de confiará à alguém a tentativa de formar um governo, o que precisará do voto de confiança nas duas casas. Essas consultas, entretanto, devem acontecer apenas após os novos parlamentares tomarem posse no dia 15 de março. Caso o governo não seja formado, novas eleições podem ser convocadas, e o partido de Grillo está confiante que pode vencer com, inclusive mais votos, talvez conquistando a maioria no Parlamento.
A coalizão de Bersani venceu as eleições na Camara baixa, o que representa 340 dos 615 deputados, garantindo também a maioria, ainda assim, entre os 315 parlamentares no Senado a situação seria mais crítica, porque a coalização de Bersani pode ganhar a maioria com o e tanto do bloco de Berlusconi, quanto de Grillo, com ou sem o apoio do primeiro-ministro interino, Mario Monti. As informações são da Dow Jones.
