O presidente nacional do PT, José Genoino, afirmou hoje que, apesar da decisão tomada ontem pela ala oposicionista do PMDB, de entregar os cargos que o partido possui no governo federal, ainda não teria sido vista crítica alguma dos peemedebistas à gestão Luiz Inácio Lula da Silva.
Em entrevista concedida ao portal do PT na internet, Genoino disse que, mesmo com a situação de divisão do PMDB, os petistas não devem se intrometer nas disputas de outra legenda.
"Não tenho visto nenhuma crítica ao governo, aos programas do governo, às políticas e encaminhamentos do governo. Vejo um movimento no PMDB, em que algumas áreas estão descontentes com o governo, uma ala que sempre defendeu aliança com o PSDB e há uma questão da relação com os governadores, que é uma relação de natureza institucional e não vai se alterar. Acho que o PT não pode se intrometer nas disputas de outro partido", frisou Genoino, acrescentando que deverá acompanhar o desenrolar dos acontecime ntos nesta semana.
Para o presidente do PT, o governo deve, na mesa de negociação, conversar com os peemedebistas que defendem a permanência na base sobre a possibilidade de continuidade e o tamanho desse apoio, com atenção especial para a agenda legislativa do próximo ano. "Temos que priorizar a agenda de conteúdo de 2005, que é a geração de emprego e renda, desenvolvimento e avanço no gerenciamento dos programas sociais" disse, citando também as reformas constitucionais que estão sendo votadas no Congresso Nacional.
"Acho que o governo não pode ficar envolvido numa questão que parece não ter fim, que é esta divisão no PMDB", comentou, destacando que o PT não deve criar qualquer tipo de polêmica com os peemedebistas que querem sair do governo.
Quanto à decisão do ministro da Integração Nacional, Ciro Gomes, de colocar o cargo à disposição um dia após o diretório nacional do PPS também optar pela saída da base aliada e entregar os cargos governistas, Genoino salientou a iração e o respeito pelo trabalho do ministro, destacando a importância da permanência de Ciro na equipe de Lula e frisando que a posição do PPS é conseqüência de uma "questão de estilo" e segue a tendência daquele partido de priorizar alianças com o oposicionista PSDB.
"Nós achamos que ele (Ciro) é fundamental no governo pela sua dedicação e eficiência e sua importância no governo. Nós vamos continuar trabalhando para ter um governo de coalizão política. Vamos trabalhar para ter uma participação de partidos e de segmentos partidários no governo Lula. Depende dos partidos e lideranças continuarem no governo", afirmou o presidente do PT. "Queremos que os peemedebistas e o ministro Ciro Gomes continuem no governo. Como acontecerão estes desdobramentos, não é tarefa específica do PT", observou Genoino.
