A defesa do casal Ailson Peralta Centurião e Maria Eliza Fernandes Naindorf Peralta, suspeitos de manter uma creche clandestina no bairro Tatuquara, em Curitiba, se manifestou sobre as acusações. Na última segunda-feira (19), um bebê de quatro meses faleceu na casa onde funcionava a creche após se engasgar.
O advogado Junior Ribeiro, que representa os investigados, afirmou que Maria Eliza atua como cuidadora de crianças há mais de dez anos e que jamais houve qualquer incidente, queixa ou crítica por parte das famílias atendidas ou sobre ferimentos, maus-tratos ou negligência. Confira o que diz a nota sobre o caso:
“No dia do lamentável ocorrido, a mãe da criança a deixou aos cuidados de Eliza pela manhã, informando que a bebê ainda não havia se alimentado. Eliza procedeu a amamentação, aguardou que a criança arrotasse e, em seguida, a colocou para dormir em segurança, deitada de lado, em um ambiente visível da cozinha, onde preparava o almoço para as demais crianças.
Cerca de dez minutos depois, ao verificar o estado da bebê, percebeu alteração em sua coloração e, imediatamente, em estado de desespero, chamou seu esposo, que iniciou os procedimentos de emergência. Simultaneamente, ela entrou em contato com o Samu, que a orientou, por telefone, a colocar o bebê em decúbito frontal e iniciar massagem cardíaca, a qual foi mantida até a chegada da equipe médica.
É importante esclarecer que, há cerca de dois anos, o local recebeu uma visita do Conselho Tutelar e, após vistoria, não foi identificado qualquer indício de abuso ou negligência. As crianças estavam bem cuidadas, alimentadas e apresentavam bom estado geral, razão pela qual não houve qualquer medida ou sanção.”
Detidos em flagrante na segunda-feira, o juiz substituto da 1ª Seção Judiciária da Comarca da Região Metropolitana de Curitiba, Thiago Flôres Carvalho, concedeu liberdade provisória ao casal, mediante pagamento de fiança. Ambos respondem por homicídio culposo, quando não há a intenção de matar, cuja pena pode chegar a quatro anos de reclusão.
Creche atendia famílias da vizinhança
O advogado também destacou que a responsável pelo local foi orientada pela Vigilância Sanitária a buscar a regularização formal da atividade. Maria Eliza atendia famílias da região, que chegavam até ela por meio de recomendações.
Segundo a defesa, o serviço possuía caráter social e, por essa razão, o órgão fiscalizador não determinou a interrupção das atividades. Na nota, a defesa ainda comunicou que o casal lamenta profundamente a perda irreparável da criança e permanece à disposição das autoridades durante o andamento das investigações.
